O
poeta Jorge Elias Neto, em Janeiro de 2008, escreveu o poema Céu de Bombas, sobre
o infindável conflito entre palestinos e israelenses, e o publicou juntamente
com outros dois (de mesma temática) no livro “Rascunhos do Absurdo” (2010). A
impressão que tenho é que mais mil anos passarão e esse conflito não acabará,
por isso a sensação de perenidade que ele me sugere.
Céu de bombas
Por
que choras por mim meu pai?
Cumpri
com o que me coube
nessa
Gaza de feras.
Em
cada criança morta, sacrificada,
um
objetivo insano.
Despeço-me
do dia
sob
flashs e bombas.
Uma
fome doentia
molhou
teu corpo com meu sangue.
Estrelas
dos profetas cruzaram os céus
e
pulverizaram os créditos de minha infância.
A
ambição de poder comeu meu destino.
Com
a força, roubaram-me o sorriso.
Meu
pai, nem sei perguntar por quê.
Não
tive tempo para me nutrir de ódio.
Pensando
bem, pai,
que
às lágrimas partam.
Transpareças
a cor de teu rosto indignado
nas
telas indiferentes do Mundo.
Sobretudo
creia, pai,
creia
no triunfo do olhar de tua filha,
fosco
de morte,
voltado
para esse lindo céu,
reluzente
de bombas,
nessa
noite de um domingo de fúria.
Obs: Saiba mais sobre o
poeta acessando
o seu blog: http://jeliasneto.blogspot.com.br/
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