Não
sei falar sobre Marília.
Sei
apenas cantar essa cidade
que
me inflama a memória.
Em
minhas voltas no tempo
–
quando é tempo de solidão –
algo
distante ressoa, tremula
e
sinto no coração em vigília
que
me espera, distante, Marília.
Da
rua onde cresci me chegam
as
mais alegres lembranças
e
do quintal da antiga casa
a
mais impossível figura:
o
face de Otília não é passado
mas
a própria canção de Marília.
Não
sei falar sobre Marília.
Sei
apenas sentir essa cidade.
Eu
a tenho em minhas mãos
e
a sinto queimar minhas retinas.
Tudo
isso está em minha pele
e
é parte da parte de tudo que sou.
É
por isso que digo à buganvília
–
que rego e podo às manhãs –
que
esse alvoroço em mim
esse
intangível alvoroço que sou
é
coisa de família
coisa
que trago desde Marília.
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